sábado, maio 05, 2007

Enquanto a noite for companheira, e não clausura

Levanta tua fronte e percebe que a capacidade do sofrimento é a vida, e que isso é belo. Há algo em ti que seja maior? Nem teu conhecimento, nem tua sabedoria, nem tuas idiossincráticas críticas; tácitas, ácidas e, como tu, vãs.
Que a dor não é prazerosa como um fim, mas como triunfo. Não seja o mal-estar teu ápice, nem mesmo as náuseas, mas sim alumbramento e percepção. Lembra, em meio ao sangue querido derramado, que teu espírito ainda é livre.
Minha prisão não foi a carne, mas sim a falta dela. Mais que síntese... Um moto-contínuo. Pois alma e corpo desejam-se de maneira sacra e ardente. Entende que a dor difere da morte na mesma proporção em que o exílio, do banimento?
Levanta tua fronte e prossegue enquanto a noite for companheira, e não clausura.

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