domingo, abril 23, 2006

Poem-atos de amor

(...)
Un reposo claro
y allí nuestros besos,

lunares sonoros
del eco,
se abrirían muy lejos (...)
LORCA, Federico García; "Deseo" in "Obra Poética Completa" UNB(2005)

Si me quedo con tu rosa,
No tendré passión,
Aunque sea rosa
Aunque sea tuya.
Si me quedo con tu rosa,
Solo tengo una flor.
Quedate...
CASTILLA, Juan Román de; "Mi novia" in "La Noche y yo"(1968)


Escutando ( Mineral - Sadder Star )

sábado, abril 22, 2006

"...é tudo mas não é 100%!"

Que faz a festa viver com o luto? A tristeza deveria ser somente triste... pra que eu a entendesse, pra que eu a amasse sem medo, pra que eu ficasse verdadeiramente triste. Mas não. Assim como em todo o medo há uma ponta de excitação, há um pouco de festa em todo momento triste. Um alívio, uma esperança, inveja que seja. Não existe maldade, apenas humanidade, essa coisa complexa; louca e racional(e muito mais dialética, ou pseudo-dialética, que possa existir - ou não?) .

Vítor S. L. Oliveira
Escutando (Hino do SPFC - Banda do Corpo de Bombeiros da Guanabara)


PS: Luto pela morte do mestre Telê e pelo aniversário da rainha...

segunda-feira, abril 10, 2006



Olhos não me chamam a atenção por sua beleza, mas sim pelo que querem demonstrar. Olhos fugitivos e dispersos, cujo objetivo parece ser não entregar a falta de honestidade... esses não me encantam. Olhos caridosos, bondosos e excessivamente honestos causam-me repulsão; pura falsidade. Já os muito maus dão medo e vontade de fugir. Olhos passivos dão sono, olhos alucinados, dor de cabeça.
Gosto de olhos humanos. Olhos que não são bons, nem maus. Olhos que não possuem medo de olhar nos outros olhos, olhos que escondem o mesmo que revelam. Isso sim é belo, não sua cor.

quinta-feira, abril 06, 2006

Crônica da solidão noturna


A solidão forçada e o exílio trouxeram-me a melancolia de volta. Precisava de reflexão, precisava do silêncio. Quando não há com quem conversar, não há possibilidade de falar coisas sem sentido e sou obrigado a meditar. Nada que seja digno de Buda, mas o simples fato de ler um poema e conseguir algo além da indiferença, como um sorriso ou um leve ranger de dentes, mostra alguma interiorização desse "pensar-o-tempo-todo" que acompanha o som inexistente. É o que paira no ar e que reflete-se nas paredes de modo interminável. Nada.

segunda-feira, abril 03, 2006

Divagação e Desconexão


Braços doídos por gesticularem demais e em vão. Braços doídos de tanto abraçar - o sentimento do mundo. Braços doídos por tanto trabalho, tanto peso. Braços de Atlas e calcanhar de Aquiles.
Mãos doídas após tanto carinho, tanto querer. Vida curta demais; espaço entre dois anúncios. Pernas cansadas de tanto correr dos fatos. Lábios cerrados... também cansados, mas de tanto errar. Pernas dobradas, corpo prostrado. Sem fim, seu fim com final.

sábado, abril 01, 2006

Vida citadina moderna

O medo por "mas e se...". Vida na cidade grande se resume a "mas e se...". Medo de andar na rua, medo de andar de carro; medo de sorrir, medo de cara feia; medo do diferente. Medo de gente muito pobre, medo de gente muito rica; medo de prazer, medo de sofrer. Mas e se não tivéssemos medo? Temos medo disso também.

Vítor
(Escutando Dave Brubeck Quartet - Take Five)